Um recente levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) lança luz sobre um desafio significativo enfrentado pelos supermercados em todo o Brasil: a escassez de mão de obra. A informação, divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, revela que essa carência atinge oito das dez ocupações cruciais na folha de pagamentos do setor, representando expressivos 70% da força de trabalho dos supermercados. Essa realidade, que impacta a operação e o cotidiano desses estabelecimentos em âmbito nacional, também se faz presente no cenário local de João Monlevade.

O Hiper Comercial Monlevade, um motor de crescimento econômico e um dos maiores empregadores da região, tem experimentado um paradoxo em seu sucesso. Apesar de sua trajetória ascendente e da constante abertura de novas oportunidades de trabalho, a empresa enfrenta um desafio persistente: a escassez de mão de obra.

Essa realidade tem impactado diretamente a capacidade do Hiper Comercial Monlevade de manter seu padrão de excelência no atendimento ao cliente. A falta de um número suficiente de funcionários impede que a empresa alcance o nível de serviço que almeja oferecer.

Consciente da importância de um atendimento de alta qualidade, o Hiper Comercial Monlevade demonstra seu compromisso com a qualificação e o preparo de novos colaboradores. A empresa investe no desenvolvimento de seus funcionários, visando garantir que possuam as habilidades necessárias para proporcionar uma experiência superior aos clientes.

Apesar dos esforços em atrair e capacitar novos talentos, a lacuna entre a demanda por profissionais e a disponibilidade de mão de obra qualificada continua sendo um obstáculo a ser superado. O Hiper Comercial Monlevade segue buscando soluções inovadoras para mitigar os efeitos dessa escassez e reafirmar seu compromisso com o crescimento, a geração de empregos e, principalmente, a satisfação de seus clientes.

O mercado de trabalho local apresenta um cenário promissor com diversas oportunidades de emprego com carteira assinada em todos os setores da economia. No entanto, uma lacuna significativa tem sido observada na dificuldade de encontrar candidatos interessados para preencher essas vagas.

Um dos pontos mais críticos reside na área de atendimento ao cliente, especialmente em funções como caixas e açougueiros. A demanda por profissionais nestes setores é alta e a falta de candidatos tem se tornado um desafio para os empregadores.

Para ilustrar a situação, um estabelecimento específico possui atualmente oito self-checkouts (caixas automatizados) e 32 caixas tradicionais, com seus funcionários operando em dois turnos. Apesar da estrutura existente e da tecnologia implementada, a necessidade de pessoal é alarmante: somente na frente de caixa, há 52 vagas em aberto aguardando profissionais dispostos a integrar a equipe.

Esta situação demonstra a urgência em atrair e contratar profissionais para o setor de atendimento ao cliente, garantindo a qualidade dos serviços prestados e o bom funcionamento das operações. As oportunidades com carteira assinada oferecem estabilidade e benefícios, representando uma excelente porta de entrada para o mercado de trabalho e o desenvolvimento de uma carreira sólida.

A gerente do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC), Roberta Oliveira, detalhou os esforços da empresa para otimizar o atendimento e minimizar a espera para os clientes. Segundo ela, a organização e seus colaboradores têm se dedicado intensamente para lidar com a demanda: “Fazemos o que podemos para evitar filas. Deslocamos funcionários de outros setores, até os donos se sentam no caixa.”

A empresa tem buscado alternativas para suprir a necessidade de pessoal. “Tentamos de todas as formas suprir a demanda”, afirma Roberta, evidenciando a implementação de medidas como a flexibilização das escalas de trabalho, com a oferta de Período Integral e Horista.

A busca por novos talentos também tem sido uma prioridade. “O RH está indo em escolas, igrejas, em vários lugares para tentar recrutar trabalhadores, mas está difícil”, conclui a gerente, expondo o desafio enfrentado pela empresa na captação de novos colaboradores para fortalecer sua equipe de atendimento.

O açougue local enfrenta um período de crescimento e busca por novos talentos para integrar sua equipe. Atualmente, a empresa conta com 29 funcionários, mas possui 6 vagas em aberto, conforme declaração do Gerente do setor, Gabriel Lima.

Apesar do quadro atual de colaboradores, a expansão da demanda e a busca por excelência no atendimento impõem o desafio da contratação. Segundo o gerente, “A contratação tem se mostrado um desafio devido à necessidade do setor de profissionais com experiência especializada, tanto no corte de carnes quanto no atendimento ao cliente, que é muito importante para garantirmos uma maior satisfação”.

Essa busca por profissionais qualificados reflete o compromisso do açougue em oferecer produtos de alta qualidade e um serviço diferenciado aos seus clientes. A experiência no corte de carnes garante a precisão e a apresentação dos produtos, enquanto a habilidade no atendimento ao cliente é fundamental para construir um relacionamento de confiança e assegurar uma experiência de compra positiva.

A abertura dessas 6 vagas representa uma oportunidade para profissionais com expertise no setor que desejam integrar uma equipe em crescimento e contribuir para a satisfação dos clientes do açougue.

O Hiper Comercial Monlevade demonstra um compromisso com seus colaboradores através da implementação de estratégias focadas em atração e retenção de talentos. A empresa investe em treinamentos para o desenvolvimento profissional de sua equipe, oferece flexibilidade no período de trabalho, proporciona um pacote de benefícios atrativo e pratica ajustes salariais competitivos com o mercado. Essas políticas visam fidelizar e motivar os funcionários, criando um ambiente de trabalho mais positivo e, consequentemente, impulsionando a produtividade de toda a organização.

A empresa tem se dedicado ativamente à busca de novos talentos através de diversas iniciativas de recrutamento, incluindo parcerias com universidades, escolas e a integração com as comunidades locais. Apesar desses esforços empenhados, a empresa ainda enfrenta desafios significativos tanto no preenchimento efetivo de todas as vagas disponíveis quanto na retenção de seus colaboradores, com um número considerável optando por deixar a empresa em um curto período de tempo.

Diante deste cenário, Roberta,  expressa a seguinte mensagem: “Por isso, aproveitamos a oportunidade e pedimos a compreensão de todos. Cada esforço está sendo feito para garantir um atendimento de qualidade, e sua paciência faz toda a diferença enquanto superamos esses desafios.”

A declaração de Roberta reflete o comprometimento da empresa em encontrar soluções eficazes para estas questões cruciais. A busca por talentos em diferentes esferas educacionais e comunitárias demonstra uma visão abrangente e a intenção de construir uma equipe diversificada e engajada. No entanto, a persistência das dificuldades no preenchimento de vagas e a alta rotatividade de colaboradores indicam a necessidade de uma análise mais aprofundada das causas subjacentes.

A mensagem de Roberta apela à compreensão e paciência de todos os  – clientes, parceiros e a própria equipe – enquanto a empresa trabalha para superar esses obstáculos. Este reconhecimento público dos desafios e o pedido de apoio demonstram transparência e a seriedade com que a Empresa está tratando a situação. A garantia de que esforços contínuos estão sendo realizados para manter a qualidade do atendimento, mesmo diante das dificuldades, reforça o compromisso da empresa com seus clientes.

A superação dos desafios de recrutamento e retenção é fundamental para o crescimento sustentável e o sucesso a longo prazo da Empresa. A compreensão e a paciência mencionadas por Roberta certamente contribuirão para um ambiente mais colaborativo e positivo enquanto a empresa implementa as mudanças necessárias para atrair e manter seus talentos.

A escassez de mão de obra nos supermercados brasileiros é um problema multifacetado. Uma das principais causas reside na mudança de ambições da "geração Z", que prioriza modelos de trabalho flexíveis e remotos em detrimento de empregos tradicionais, historicamente ocupados por jovens em busca da primeira oportunidade. Essa preferência se reflete no recorde de demissões a pedido dos próprios empregados, atingindo 38,5% em setembro de 2024.

Outro fator relevante é a relutância de alguns beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família, em serem contratados formalmente, devido ao receio de perderem o benefício. Apesar do governo federal esclarecer que a contratação com carteira assinada não necessariamente implica a perda do benefício, esse temor contribui para a diminuição da disponibilidade de trabalhadores.

Essa falta de mão de obra impacta tanto funções não especializadas (operadores de caixa, vendedores, atendentes) quanto aquelas que exigem qualificação. Luiz Carlos Valente, da CDL de João Monlevade, adverte para os riscos legais que as empresas correm ao contratar funcionários informalmente, expondo-se a ações na Justiça do Trabalho. Em suma, a escassez de mão de obra nos supermercados é resultado de uma combinação de fatores geracionais, receios relacionados a programas sociais e a busca por novas modalidades de trabalho.